sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Amamos o outro justamente por ser diferente de nós?

não te quero
só pra mim
e nem poderia
quero-te
pra ti mesmo
e para tua
própria vida
quanto mais
fores o que
quiseres
mais serás
o que eu queria...
Luis Poeta
Sei que sou uma pessoa livre de qualquer amarra, posso me rotular como alguém que ama com liberdade, que aceita, respeita e não tem a intencionalidade de mudar ninguém. Mas, sempre estou diante duma situação contrária ao que prego. Faço com que elas entrem em meu mundo e se assemelhem à mim. Quanta imaturidade! Quanta coisa perdida!
Cada um é o que é ou o que quer ser. Cobro, cobro mudanças, principalmente dentro das relações afetivas, quero que o outro viva conforme minha regras, se ama tem que aceitar como sou e como levo a vida. Será que terão que aceitar? Pergunto-me: eu aceito? Não, mil vezes não! Sou egoista, penso em mim, nas minhas satisfações, na felicidade única, sem saber que a busca da felicidade plena depende de uma conexão mútua: eu te faço feliz e você me faz feliz, com os defeitos, virtudes, com toda a bagagem.
Penso. Se amei a pessoa pelas diferenças, por que querer a semelhança? Por que não continuar enxergando da maneira de outrora?
Eu tentei trazer você para suprir minhas expectativas, as quais não fui capaz. Te fiz infeliz achando que você me fazia. Ia contra sua insistência em me fazer enxergar a sua certeza e o amor não é nada disso, é algo muito simples: EU TE AMO E VOCÊ ME AMA, PONTO.
Cabe um trecho do livro Ame e dê Vexame, de Roberto Freire que diz assim: ..."porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos completar. Somos, uma para o outro, deliciosamente desnecessários."
No amor basta querer está junto, ser igual ou diferente, é um mero detalhe.
Teria sentido se fossêmos iguais? E se fossêmos diferentes? Apenas, deve-se viver, viver e viver!
Todo mundo é um pouco do outro.

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