quinta-feira, 24 de outubro de 2013

QUE NÃO?

 
 
Tentei dizer não. Em vão! Desejo as mais profundas sensações quando penso em seu corpo e o teu coração. Não posso ir além, do que posso. Quero, é a certeza absoluta. Do que adianta? O medo prende meus passos. Paraliso. E literalmente não saio do lugar. Só os pensamentos correm, não sei se chega até você. Mas sinto.
 
 
 


Negar.

 




Negar o que sinto é mesmo que correr durante um tempo longo e dizer que nada mudou. Talvez não mudou nada mesmo, apenas o modo de embarcar de cada um. O tempo agiu de uma maneira singular.
 
Um dia foi sim, sim. Uma paixão avassaladora; daquelas "babilônicas"; sem papel e sem documento; de coisas sem sentidos; de puro amor. O querer pra sempre, o desejo de ser um, o intenso viver. Meu corpo necessitava do cheiro de sua respiração, da saliva quente, do olhar rasgante, do seu entrelaçar. E não ter você - a dor volta e as lembranças fazem moradia - foi o pior de não ter você. Só você. Eu queria você.
 
E essa dor existe? Até um dia, achei que não sentia. Engano! Esquecer foi a forma de aceitar que não teria você. Acreditar numa retomada da história, era me matar, sofrer o que já tinha me permitido a sofrer. Retomar os meus sentimentos, exatamente iguais, uma paixão desenfreada. E foram todas as vezes assim. Todos os reencontros mexem em sintonia, melodias e prazeres. É diabolicamente delicioso sentir o que me faz sentir. E não posso. Nem devo.
 
Agora é não, não! Não sei se chegaria ao seu encontro, livre e sem amarras. Com você em mim, tudo se perde, não consigo mais me achar. Não quero! Nunca mais! Não me olhe! Não me chame! Não me queiras! Não me possuis. Não me tens. Assim será mais livre. Mentira!
 
 
 
NÃO E NÃO
NUNCA MAIS
NEM MORTA
NÃO QUERO
NÃO POSSO
NÃO DEVO
 
HUM...
ENTÃO TÁ.
           MARYSE

 
 

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O tAmAnHo Da DoR

Você se encontra
Quando a dor invade seu ser
Fica impregnado
Prende
Libera seus medos
Derrama as lembranças em forma de choro
O choro a cessar o infinito de desilusões e maltratos
Sangra o resto de si
Apodrece o que era real e intocável...
Escolher viver a dor
É como atear fogo nos seus sonhos
É não saber quem é
É permanecer o mesmo
É aceitar o poder da covardia
É sentir o que nos é ofertado
E poder escolher pela dor.
Ruas que me levam
Destino aos sonhos
Suplica aos céus
Palavras soltas na escuridão
Repetidas
Pensamentos tolos e profundos
Transitando um lado ao outro
Navego num lugar obscuro
Sinto os passos lentos
Caminhando perdidamente
Vivo vagando
Nos sentimentos habitados no meu ser
Imutáveis
Conturbando o meu cérebro
Pobre pessoa solitária
Ruas movimentadas, trilhões de pés ao chão
Cravando pegadas
Deixando rastros da andança
Do seu corpo
Almejando o amanhecer
Voltar do lugar de sempre
E continuar...

By Ivana Araújo

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os invalidados por Iran Simões

Me sinto uma mão de obra pronta pra ser massacrada por um monte de filhos da puta, que pensa poder controlar facilmente o meu direito de falar, pensar e escrever.

Que tal cavar a cova deles?









sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ponto final?


Demorei a perceber a certeza desta história inacabada. Perceptível a distância estendida entre nós. Nossas escolhas é deixar um vazio, enveredar com passos largos e sombrios.
Medo? Eu tive enquanto não te reconheci. Encontro um pedaço de mim perdido quando fixo o olhar em você. Não podemos ser iguais, hipoteticamente seria uma ofensa. Mas, nada há mais, além de meras lembranças. O sabor do pecado e um amor. Um amor incapaz de traduzir a veracidade da ligação de nossas vidas. Um amor guardado em vão. Um amor que insiste em habitar. Um amor frágil e soterrado nos corações.
E as palavras com tanto sentimento? Amarranhadas no desejo de ser. E ser não é.
Sou transformada em fraqueza, em dor, em impotente...vai além de mim.

Sem sentidos, termino as sensações que teimam em permanecer no lugar que move todo o resto: meus pensamentos desvairados e fieis.

By Ivana Araújo

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que fez comigo


Desejo seus olhos em mim

Consumindo minhas ansiedades

Entregar inteira e crua

Saciando a verdade das fantasias

Inspiradas em fragmentos dos seus sentidos

Traduzidos numa melodia grave, impiedosa.

Devoro-te

Busco encontrar um espaço para sentir o pulsar do querer

Amarrar a distância do entrelaçar

Percorrer a trilha do ser

Mascarar no óbvio das tentativas inúteis de ter-te

Parar no começo do inexistente

Trancar as portas do acesso livre

E acabar num beijo doce na boca.
Por Ivana Araújo